30 de julho de 2010

UM HOMEM DE DEUS...


Dom Frei Luiz Flávio de Cappio é natural de Garatinguetá(S.P.). Nasceu em 04/10/46 .Recebeu a ordenação presbiterial em 19/12/71, e a ordenação episcopal em 16/o4/97. Desde então é bispo da diocese de Barra, na Bahia.
Poucos como ele entendem das coisas do Rio São Francisco e seu povo.
" Cheguei aos sertões baianos do São Francisco, há 33 anos atrás, e logo me identifiquei com o rio. Encontrei aqui o melhor modo de imitar São Francisco meu pai e modelo no seguimento de Jesus. Como S. Francisco também troquei uma familia de posses para me dedicar aos pobres. Nasci no Sudeste, no estado de S.P., e vim para o Nordeste. O rio faz o mesmo, nasce no rico Sudeste em Minas Gerais, e ao contrário dos outros rios da região corre para o empobrecido Nordeste, trazendo água e alimento. É o eixo, o centro, a artéria da vida do povo.
Passei a me sentir visceralmente integrado e esse povo e seu rio, numa franciscana, espiritual ecologia.
Dias após dias, fui observando a degradação ambiental e social do Rio São Francisco e de seus afluentes. Os ribeirinhos diziam das dificuldades crescentes em tirar das águas seu sustento: peixe escasso, vazantes menos produtivas, bancos de areia, dificil navegação, águas poluídas,rasas...Senti-me incitado a uma atitude mais contundente, além das denúncias infrutíferas. Foi então que, entre 1992 e 1993, com mais 3 companheiros fizemos a peregrinação, por um ano, da nascente à foz, provocando as comunidades ribeirinhas, a opinião pública e as autoridades a se juntarem numa campanha de salvação do São Francisco, rio e povo.
A peregrinação foi extraordiária oportunidade de conhecer o São Francisco, suas mazelas e potencialidades. Ficou evidente que seus principais problemas são o desmatamento, para as monoculturas e as carvoeiras, que diminuem os mananciais e provoca o assoreamento; a poluição urbana, industrial, minerária e agricola; a irrigação, que além dos agrotóxicos, consome águas; as barragens e hidroelétricas que expulsam comunidades, impedem os ciclos naturais do rio e comprometem 70% de suas vazões com energia elétrica; a pabreza e o abandono da população, a que mais sofre com as consequencias destes abusos."

( Do livro: Uma vida pela vida- Dom Itamar Vian)

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