28 de setembro de 2009

Memorias: "seu Geno"


Era um homem grande, forte, nascido na Alemanha. O nome dele era Eugenio Goetzinger....sobrenome complicaaaado. Carinhosamente todos o chamavam de "seu Geno". Tambem abandonou tudo, pra viver seu grande amor, minha vo', D. Alvina. Falava muito pouco, mas muito pouco mesmo....passava horas sentado com as pernas cruzadas e "mamando" no seu cachimbo. Hoje consigo entender que ele na verdade meditava. Era grande e forte, mas muito doce. Eu gostava de ve-lo preparar o seu cachimbo... era quase um ritual: tirava o canivete do bolso, lentamente.... cortava o fumo na mao, bem fininho, depois delicadamente enchia o seu cachimbo. Pegava o isqueiro do bolso, tambem lentamente e acendia o fumo...e se espalhava um cheiro bom de fumo pela casa. E ja se escutava minha vo' implicar..."Home,vai fumar pra la' ",ele dava um sorriso calmo e continuava calmamente "mamando" no seu cachimbo. Como eu admirava este homem, que na sua aparencia rude, escondia sensibilidade, paciencia, tolerancia. E com sua sabedoria do silencio, dominava totalmente a brabeza de D. Alvina.E como ele a amava...fazia todas as suas vontades.Depois que ela foi embora ele tambem nao quiz mais ficar neste plano...logo, logo, foi ao encontro da sua amada.

2 comentários:

Carla Martins disse...

Ai, que lindo! Uma vez li que homens suportam muito menos a perda de suas amadas. Mulheres viúvas costumam reaprender a viver sem, os maridos, mas eles, muitas vezes, deixam esse plano logo depois.

beijinhos!

Bia Cardeal disse...

Muito bonitas estas recordações! Tantas história de encher o coração...
Saudades!
bjão!

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